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Cáritas - Arquidiocese de Olinda e Recife

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Jovens Caritas participam de pesquisa com a população de rua no Recife



 Jovens voluntários da Cáritas AOR participaram, durante o mês de novembro, de uma pesquisa com a população em situação de Rua promovida pela Comissão Arquidiocesana de Pastoral para Ação Sociotransformadora em parceria com Universidade Católica de Pernambuco (Unicap) e a Cáritas AOR. Para os três jovens voluntários que já atuam em suas comunidades em Itapissuma e Ilha de Itamaracá, a experiência de ouvir pessoas que vivem na rua foi marcante para suas vidas. A pesquisa tem como objetivo obter mais informações sobre as necessidades e a dinâmica das pessoas em situação de rua para planejar novas ações pastorais e políticas públicas. 

Foi a primeira vez que Glória Graziela teve contato com moradores de rua. A jovem de 19 anos que vive na Ilha de Itamaracá dedicou parte de seu tempo para realizar as entrevistas e classifica a experiência como impactante. “Ouvi várias histórias emocionantes, conheci pessoas bastante legais, outras nem tanto, e também vi o sofrimento de muitos que estão passando por aquilo. Foram várias histórias, porém todas com o mesmo propósito de sair das Ruas e ter uma vida digna. Eu saí dali com uma coisa diferente, com esperança que o sonho de cada um dê certo e cada um consiga sua casa e seus objetivos”, revela a jovem voluntária. 

Glória entrevistou pessoas que vivem na Rua do Imperador, conhecido por concentrar pessoas em situação de rua.   

Para Glória aproximar-se da situação daquelas pessoas que vivem na rua e ouvir suas histórias de cada uma vai ajudá-la a enfrentar melhor suas dificuldades. “Meus problemas pessoais não são nada comparado ao que eles vivem, e isso me fez refletir e sair de lá com um pensamento totalmente diferente. Foi uma experiência que levarei pra vida”, conclui.

Jonny Wesley, outro voluntário da Cáritas AOR na pesquisa, também tirou lições daquilo que viu e ouviu: a primeira foi de escutar mais seus pais e a segunda de seguir firme nos estudos. “A vida mostra que não tá fácil pra ninguém. Eu não quero passar por isso, ao contrário, quero conseguir alguma coisa para ajudar aquelas pessoas que estão precisando”, confessa o jovem itapissumense.

Aos 18 anos, Jonny não pensava ver o que viu. Achava que aquelas pessoas apenas pediam esmolas, mas não que viviam na rua. A partir dos relatos, ele conheceu um pouco mais do que leva alguém àquela situação: “Eu entrei um pouco no mundo daquelas pessoas e deu pra sentir de perto o que elas passam. Fiquei muito triste e emocionado com as histórias. Alguns tinham casa, mas passavam o dia todo na rua para conseguir a comida. Outras tiveram problemas com a família e foram colocados pra fora de casa. E alguns também foram pra rua por causa das drogas. Fiquei chocado quando vi aquilo, principalmente quando uma delas me disse que dorme com olho aberto e outro fechado porque tem medo de morrer queimada”.

Jonny Wesley emociou-se algumas vezes ao ouvir os relatos de quem vive na rua. 

A pesquisa foi idealizada por Dom Limacedo Antônio, Bispo auxiliar de Olinda e Recife, ainda durante o período mais crítico da pandemia. Para sair do papel a pesquisa contou com a participação de professores da Universidade Católica de Pernambuco na elaboração do questionário e para o levantamento dos dados, além de diversos voluntários, sobretudo do Setor Juventudes da Arquidiocese, para realização das entrevistas. O objetivo é elaborar um perfil sociodemográfico da população em situação de rua visando oferecer subsídios para políticas públicas e planejamento de ações que melhorem as condições de vida dessas pessoas. 

A Cáritas Arquidiocesana colaborou com a iniciativa oferecendo equipamentos de proteção individual como máscaras e álcool gel, além de material de identificação para realização das entrevistas.Também participaram dessa construção a Pastoral do Povo da Rua e o Projeto Mãos Solidárias (Armazém do Campo). Os resultados deverão ser divulgados somente em 2021.

Jovens foram acompanhados por agentes da Pastoral do Povo da Rua, com sede na Igreja Santa Cecília, centro do Recife.

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